Ao chegar num dos restaurantes mais falados do Rio de Janeiro fora do circuito lebloniano/celebrities, fui recebida por uma belíssima e simpática hostess que nos ofereceu uma mesa na área externa – que mais parece um beco fofo entre ruas – com o forte argumento de que “a lua está linda”. De fato, tínhamos uma vista perfeita daquela bolota iluminada e cheia no céu, mas o calor carioca era tanto naquela noite (verão, é você?) que resolvemos entrar, garantindo mesa no ambiente mezzo modernete, mezzo retrô.

O Oui Oui fica em uma charmosa e discreta casa da Rua Conde de Irajá, no bairro do Humaitá. Seus três ambientes (contando o externo) são aconchegantes na medida e seus móveis e objetos de decoração inspirados nos anos 20 e 70 (ouvi dizer que estão à venda). A cozinha é comandada pela chef Roberta Ciasca, sócia do Miam Miam e do Mira!, outros endereços gastronômicos cariocas bombados.

A “interessância” do lugar fica especialmente por conta da comida contemporânea servida em pequenas porções, defendendo o compartilhamento de pratos e a livre montagem de um menu degustação pelos clientes. Nesse contexto, o cardápio não oferece couvert, entradas e pratos principais, mas uma lista de dezenas de opções que podem ser apreciadas na ordem preferida, sozinhas ou harmonizadas entre si, por quem estiver sentado à mesa.

Para quem, como eu, adora fazer longas refeições em boa companhia, taí uma possibilidade convidativa. Dá para se esbaldar com brûlée de grana padano, camarões gratinados no zabaione, risoto de legumes com mascarpone e um (deli) pesto de ervas e/ou o sauté de vagem thai com farofa de coco e castanha – que é simplesmente imperdível  –  por exemplo. Vegetarianos não sofrerão, amantes de carne idem, tem para todo mundo. Para beber, generosa carta de vinhos, bons drink que vão dos clássicos a algumas opções da casa e cervejas, dentre as quais a maravilhosa e aromática hoegaarden (desce mais uma, por favor!).

Essa coisa de incentivar o compartilhamento da refeição, o pensar sobre o que se vai comer mais de uma vez, o tempo que se leva entre pedidos… Tudo isso deixou a experiência do jantar mais prazerosa, com um quê ritualístico que a hora de comer merece, mas dificilmente permitimos.  O atendimento é descompromissado e os clientes tranquilos, apesar do preço não exatamente amigável estampado no cardápio. Para fechar: algumas opções de sobremesa. Comi tipo um creme de baileys bem delicado, mas não lembro com detalhes todos os ingredientes. Enfim, vale a experiência. Um espresso e a conta, por favor!

Fotos: Divulgação

Marina Ribeiro

Marina Ribeiro é jornalista e atriz em formação. Ama o teatro e acredita na comunicação em suas mais diversas manifestações – a moda é uma das favoritas. Soteropolitana, morou em São Paulo durante 4 anos e agora respira ares cariocas. No Instagram, ela é @marinaribei.

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