Anfitrião NSG: Woody Allen em São Paulo
“Esse é um lugar que eu levaria o Woody Allen”. A frase já foi repetida algumas vezes por mim em alguns lugares que visitei em São Paulo. A partir dessa mania, conversando com amigos no bar, surgiu a ideia de lançar no Não Só o Gato o quadro “Anfitrião NSG”. Vamos comentar sobre restaurantes, museus, baladas e outros lugares das cidades que amamos e acreditamos que combinem com alguma personalidade famosa. Nessa brincadeira, iremos passar um dia ao lado de uma figura em locais que consideramos coerentes com tal pessoa.
Como nosso primeiro convidado, nada mais justo do que “recepcionarmos” o próprio Woody Allen, aqui em São Paulo. Imagino o quão desafiador deve ser conversar com ele. Seja pela sua erudição no idioma inglês, como por repertório mesmo. Estamos falando de um comediante, ateu, cheio de manias, jazzista, oriundo do Brooklyn nova-iorquino, amante de Manhattan e Paris. Em seus quase 80 anos, quase 50 são como diretor em uma das carreiras mais prolíferas de Hollywood – responsável, quase que anualmente, pela direção e roteiro de algum bom filme. O cara já filmou documentários fakes, musical e filmes absolutamente premiados. Inclusive já deixou de ir receber um Oscar porque tinha uma apresentação de jazz para ir no dia.
Mas vamos lá! Se eu fosse receber o Woody Allen, por um dia, na cidade de São Paulo, eu o levaria para o seguinte roteiro:
Café da manhã na Casa das Rosas
Woody sempre foi urbano, então faria questão de que o dia começasse na av. Paulista. Especificamente na Casa das Rosas, que é um casarão de 1935 que hoje abriga uma série de exposições e tem um café bem charmoso. Com certeza meu dia começaria com um croissant, suco de laranja e uma discussão sobre algum livro do Dostoiévski ou um filme do Bergman.
Foto da Casa ds Rosas / autor desconhecido
Meu último café da manhã por lá. Detalhe no óculos do próprio Woody Allen tatuado no braço do meu amigo
Passar o resto da manhã no MIS
Seria muito óbvio levar um cinéfilo no cinema. Acredito que o Mr. Allen já teria assistido todos os filmes em cartaz antes de chegar em Sampa. Por isso o levaria para o “museu do momento” em São Paulo, que também tem tudo a ver com o Woody: o Museu da Imagem e do Som. O museu que multiplicou o número de visitantes, recentemente, graças a exposição que foi a “sensação” da cidade sobre o diretor Stanley Kubrick e sua atual exposição sobre o cantor David Bowie. Mas cá pra nós, a presença do Woody Allen lá seria a maior atração já exposta na casa.
Foto de Letícia Godoy na exposição sobre o Stanley Kubrik. Sala do 2001, Uma Odisséia no Espaço
Almoço na Mercearia do Francês, em Higienópolis
É um lugar que eu, particularmente, não gosto. Mas também é um lugar que seria facilmente cenário para algum dos filmes do diretor.
O resturante em Higienópolis, especificamente, é muito charmoso e apresenta bons pratos, tradicionais de bistrots franceses. Por que eu escolhi a Mercearia do Francês e não qualquer outro bistrot charmoso da cidade? Pelo fato de sua localização ser no bairro mais judeu da cidade. Não que Woody seja muito ligado nessas coisas, muito pelo contrário, mas acho que esse seria um detalhe simpático aos olhos do diretor.
Descanso da tarde
Estamos falando de um senhorzinho de 78 anos. Tenho certeza que Woody precisaria de um bom descanso após o almoço, afinal de contas… a noite promete!
Jantar no Bar Dona Onça
É muito delicado saber até que limite do centro paulistano se leva o Woody. Acho que o Bar Dona Onça seria um bom palpite.
Longe de ser um lugar “coxinha”, também não deixa de ser um restaurante sofisticado. Tem pratos brasileiros tradicionalíssimos, como carne de panela e picadinho, feito de uma forma bem gourmet, além de possuir bons drinks. Mas claro, o principal motivo de eu o levar no Dona Onça seria o fato do restaurante ser no edifício Copan. Tem coisa mais paulistana que isso?
Uma noite no Jazz no Fundos
Quando vou no Jazz nos Fundos sempre penso na mesma coisa: adoraria trazer o Woody Allen aqui!
É um lugar com uma curadoria musical irada. Um estacionamento em que os desinformados jamais imaginariam que tem uma casa noturna lá, na entrada da portinha dos fundos, bem escondidinho! É uma das casas de jazz mais incríveis que já vi. Inclusive, nos primórdios do Não Só o Gato, quando tínhamos menos experiência, identidade e vergonha na cara, eu fiz um vídeo falando desse lugar. Segue abaixo.
Será que o Woody Allen daria uma palhinha com o seu clarinete? Imaginem!
E vocês? O que acharam do primeiro Anfitrião NSG? Mandem sugestões de pessoas e roteiros pra gente! Até a próxima!
Se você quer viajar para São Paulo ou qualquer outra cidade e ter o roteiro desses e de inúmeros outros lugares, fale com a nossa agência de viagens do Não Só o Gato! Mande um e-mail para o viagens@naosoogato.com.br
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