Uma floresta aberta ou vários jardins cerrados?
Acionado sem permissão, o fogo arde por dentro.
O elemento fogo
arde com as chamas
ar raro outrora puro
do elemento o vento faz
vendaval sobre as cinzas
do carnaval fora da época
como tudo que vai
na contramão do tempo
que há tempos manda sinais
de outros carnavais.
Açoitam os açudes
suas fontes cristalinas
sem o elemento água
(nada cai do céu)
para nós
dizimar nossos
nós romper
entre os céus:
Um trovão!
Sim, um presságio
parente do elemento
fogo, arde por dentro
acionado sem a anterior
permissão, trovão que rompe
o seu azul
rompeu as raízes
rompeu as matrizes
rendeu os guardiões
de todos os elementos
seus entes
além dos descendentes
para todos há
um só desafogo.
A escassez da sede
de poder do solo
devastado brota um alento
bons ventos
nada pode os deter
os prender as novas
semeaduras as suas
ideias há frescor em cada
recomeçar
as árvores que somos
reflorestar
após as nossas chamas
cessarem a cada
recomeço do que fomos
o que seremos,
uma vasta floresta
aberta ou vários jardins
cerrados, em pétalas de plástico?
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