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Seus sinais, as suas fases

Amanheço com o seu sol, desponto com a sua lua.

por Flavio Lobo, 29 de outubro de 2020
,

Da noite
a sua lua
as mágoas
projeta nas águas
(aos quatro cantos
elas refletem).
O poeta no poema
as suas noites
os seus silêncios
todas as suas
luas os seus
renascimentos.

Já do dia
o seu sol a
esperança
que vocaliza
através das matas
os seus sons
nunca silêncio
pleno há sempre
ruídos, cidades
na sua casa.
O seu sol
quando chega
alvorece sobre as
mesmas águas
(orvalho que agora
habita as superfícies
de todas as suas folhas).

Nunca há silêncio
na sua mata
não há leveza
plena há sempre
lágrimas sobre
folhas secas por
dentro úmidas
por fora longe
do alcance
das mãos as manhãs
ardem sobre gotículas
cristalinas que percorrem
as encostas os
seus contornos corpo
de mulher a sua
transpiração
sobre a própria
relva as folhagens
tecendo o momento
do nascimento o dia
novo amor escorre
pelos cabelos molhados
da natureza que a tece
e embevece assim
que amanhece.

Das manhãs
os seus raios
do sol das madrugadas
o silêncio
e os mistérios da sua
lua
que sempre se faz
quando já tarde cai
o orvalho
sobre terra
…o que nasce…

Da colheita
o seu grão
a nossa
semeadura sua
textura o seu
perfume as suas
cores
a sua chegada!

 

Kröller-Müller Museum,

Estrada com Cipreste e Estrela (Vicent Van Gogh, 1890)

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