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Poble Espanyol – todas as Espanhas

por Fernanda Miranda, 9 de maio de 2013
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Comentei aqui já algumas vezes que, para mim, caminhar é a melhor maneira de se conhecer uma cidade. Mas claro, não sem antes pegar umas “diquinhas” aqui e acolá, e por isso perguntei pro meu querido professor e confiável guia espanhol, que também já citei aqui, o Kepa, como poderia aproveitar meus poucos dias em Barcelona e, sem titubear, ele me respondeu: “Ande!” Aí eu não tinha dúvidas que sim, o que me restava mesmo era colocar as pernas pra trabalhar. Mas talvez eu tenha levado isso a sério demais.

Acontece que eu reservei meu último dia na cidade para ir até à montanha de Montjuïc, que fica relativamente afastada do centro.  Lá , na maior área verde da cidade, o mapa indicava que ficava a Fundação Miró, o Museu Nacional de Arte da Catalunha, a Fonte Mágica (um espetáculo à parte), e um lugar que eu estava com muita curiosidade de ir, o Poble Espanyol.  A caminhada até à montanha foi muito mais longa e cansativa do que eu esperava, mas valeu muitíssimo a pena e não me arrependo de ter feito. Decidi subir toda a Avenida del Paral.lel e, depois de uns 20 minutos de caminhada, perguntei para um Poble1casal de velhinhos  se estava muito longe de chegar até a Fundação Miró. O problema, disseram eles, não era a distância, mas sim a subida que eu ia ter que encarar. Eles até tentaram me desmotivar e sugeriram o teleférico ou ônibus, opções não faltam, mas eu coloquei na cabeça que iria andando. A subida, pra quem não está acostumado (ou está sedentário como eu), não é uma boa idéia, mas pra quem está disposto vale cada minuto. A vista da cidade vai ficando cada vez mais bonita lá do alto, e eu tive a sorte de subir por um jardim belíssimo, como vocês podem ver na foto. E o grande prêmio é chegar lá em cima e dar de cara com a Fundação Miró.

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E assim, no final do dia, a minha última parada naquela montanha foi o tal do Poble Espanyol. Um lugar encantador – fora a parte de cobrarem 11 euros para entrar. O Poble é uma área imensa, de quase 50 mil metros quadrados, construído em 1929 para a Exposição Internacional de Barcelona que aconteceria naquele ano. A idéia é que depois desse evento o lugar fosse derrubado, mas o impacto foi tão grande que decidiram conservá-lo. Lá é como se fosse uma pequena cidade que reproduz em escala real as Poble7ruas e edifícios mais representativos de diferentes regiões da Espanha. A própria entrada já é uma reprodução do muro que circunda a cidade de Ávila – uma grande e imponente muralha. Um dos lugares que eu mais gostei foi a pequena rua que remete a região de Andaluzia, com suas ruelas estreitas e casinhas brancas, e também foi delicioso passear pelas escadas de Santiago de Compostela. E assim vai, um passeio para todos os gostos, pra quem quer ver a arquitetura de Mallorca, de Cádiz, de Madrid e até da própria Catalunha – são 117 edifícios no total, distribuídos em ruelas e praças. No site oficial do Poble Espanyol tem um tour virtual que possibilita ver muitíssimo bem todos esses lugares que eu estou falando, e até muito mais.

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Fui também à Fundação Fran Daurel, que fica lá dentro do Poble mesmo, e para minha surpresa me deliciei com um ótimo museu, com algumas obras de Picasso, Dalí, Miró, entre outros. Enquanto eu olhava os quadros, reparei que tocava baixinho a música “Entre dos Aguas”, do Paco de Lucia. E agora, escrevendo isso, pensei: Quer dia mais espanhol que esse? Viva a Espanha!

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Fernanda Miranda

Recém-formada em jornalismo e editora do Não Só o Gato. Ama história em quadrinhos, os textos da jornalista Eliane Brum, as trilhas sonoras dos filmes do Woody Allen e azeitonas.

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