Amsterdam, Mediamatic Fabriek
Posso afirmar com toda certeza. O Mediamatic é o lugar mais interessante de Amsterdam. E se você também gosta de espaços criativos, arte, tecnologia e bares aconchegantes, você vai concordar comigo.
Em um gigantesco espaço, um pouco mais afastado do centro turístico de Amsterdam, funciona o Mediamatic, que em 1983 se lançou como uma instituição com o objetivo de impulsionar novas tecnologias que estimulassem o desenvolvimento cultural. Abrangendo video art, instalações, performances e diversos outros projetos, hoje eles são um espaço aberto para arte, novas tecnologias e agricultura urbana.
Lá funcionam exposições, workshops, cursos, um espaço colaborativo de trabalho, o Mediamatic Lab, que reúne projetos envolvendo novas mídias e uma fazenda aquapônia.
Aquaponia é o cultivo de plantas com a criação de peixes, formando um sistema cíclico em que tanto os peixes quanto as plantas são beneficiados. Os dejetos dos peixes são transformados, por bactérias fixadas nas raízes e no substrato, em nutrientes para as plantas, que os removem da água e a devolvem limpa para os peixes. Dessa forma, um ciclo se estabelece. Aquaponia é uma das formas de cultivo mais sustentáveis que existem.
É interessante ver um espaço que integra de forma tão única arte e a tecnologia. Dois assuntos tão próximos, mas que no Brasil ainda são pouco relacionados. A experimentação e a criatividade são base para todas as atividades do Mediamatic. Tudo facilitado por um espaço gigante que permite todo tipo de piração artística num nível concreto mesmo.
E além de todos os muitos acontecimentos no espaço Mediamatic, do lado de fora, está o bar mais interessante da cidade. Um espaço intrigante , decorado com os mais inusitados objetos. Cadeiras de avião, quadros, placas e vários outros artigos curiosos. Para comer, o destaque fica pro esquema “faça seu próprio sanduíche”, com muitos alimentos frescos, cultivados por ali mesmo, recém-saídos das hortinhas orgânicas.
Como carioca, saí com o desejo de ver espaços assim acontecerem no Rio de Janeiro. A Zona Portuária com seus muitos galpões e espaços gigantes possibilita esse tipo de proposta. E que não apenas haja ocupação artística no sentido de pintura, artes plásticas, cinema ou performance, mas que o espaço colaborativo também reúna menos óbvias práticas e ideias. Afinal, arte está presente em tudo, e é misturando conhecimentos e percepções que chegamos a ideias transformadoras.
Fotos por: Fernanda Sigilião / Foto de capa: Divulgação
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