Café com música, exposições e letra
Basta pensar em Minas Gerais, que logo associamos o nome ao pão de queijo, ao doce de leite e à cachaça. A louca São Paulo, por sua vez, nos remete ao trânsito e à garoa. Rio de Janeiro é favela, Salvador é carnaval, e assim, sucessivamente, vamos construindo os esteriótipos das cidades.
Em minha primeira visita à capital de Minas, contudo, logo percebi que por trás dessa sua imagem tão bem edificada de boêmia, existe um leque de opções surpreendentes na cidade. Alguns deles serão comentados aqui ao longo das próximas semanas, e o de estreia da série mineira pode ser lido aqui.
Um destes lugares é o Café com Letras, espaço que quase beira os limites da famosa avenida do Contorno, no centro de BH. A casa foi a primeira sugestão de pauta curiosa — digna de Gato — feita por nossos amigos mineiros. E não é que eles tinham razão?
Lá funciona assim: não gosta de café? Tem almoço. Não quer almoçar? Peça uma bela cerveja (eles tem um cardápio muito bacana com várias opções). Não quer cerveja? Vá na livraria e compre um livro! Não quer ler? Então veja a exposição. E sim, ainda há mais, para quem não quer nada disso: as bandas e DJs que se apresentam ali. Ou seja, o Café com Letras, como o próprio nome sugere, é um espaço gastronômico dentro de uma livraria, mas com ainda muitas outras opções culturais. E para quem gosta de comer muito e ler muito, como eu, é como se fosse o paraíso.
Digo isso porque vi nas estantes livros muito bem selecionados, e que, de alguma forma, conversavam muito bem com o mundo mineiro. Um deles, por exemplo, é o Guia Morador Belo Horizonte, um livro que não conhecia, mas dei uma bela zapeada enquanto almoçava, que é muito mais que um simples guia turístico. Ele reúne narrativas de BH, revelando pequenas e especiais histórias sobre os moradores, as plantas e até os pássaros que vivem por ali. O outro, é de uma jornalista que amo, a Daniela Arbex, que escreveu um livro comovente chamado Holocausto Brasileiro – Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil (na minha opinião, um dos melhores de 2013), sobre um verdadeiro holocausto que aconteceu em Barbacena, também em Minas.
À parte dos livros, o meu paladar vegetariano saboreou uma deliciosa panqueca com recheio vegetariano. Humm! Mas como uma foto vale mais do que mil palavras, acho melhor me calar diante deste monumento abaixo:
Agora, falando como paulistana, acho que está mais do que na hora São Paulo nos presentar com um projeto parecido! Ponto pra Minas!
Fotos por Adolfo Martins e Fernanda Miranda
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