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Um Universo Paralello, de fato

por Marina Ribeiro, 10 de janeiro de 2014
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Vou começar esse texto com uma máxima que é clichê porque é verdade: só indo ao Universo Paralello para realmente o entender. Todas as minhas pesquisas sobre o festival de música eletrônica e cultura alternativa que dura oito dias nas paradisíacas praias baianas não foram suficientes. Nem mesmo as incansáveis entrevistas aos amigos que já são “macacos velhos” da festa me prepararam para o que eu ia viver. Eu diria que isso se deve em parte ao fato de que cada um tem impressões muito pessoais de tudo aquilo e ainda a certo pacto não explícito que envolve manter o mistério e alguns segredos (e que devo honrar, ainda que tente aqui traduzir um bom pedaço das tão ricas vivências)

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Minha aventura começou no dia 30, sendo que o festival já havia aberto as portas desde o dia 27. Não conseguir passagem mais cedo não chegou nem perto de tirar o meu humor e, já na estrada que liga Ituberá a Pratigi (a festa acontece na praia de Pratigi), me peguei pensando “uau, que lugar roots”. Carro estacionado, pau de arara até a porta da UP, pulseira no braço e primeiro passo com pé direito naquela que seria a minha casa pelos próximos dias. Montamos acampamento e saímos para explorar a estrutura. Da Villa ao Mainfloor, dali ao UP Club, então ao Palco Paralello, ao Chill Out e ao 303, tudo envolto por campings, um eletrônico de qualidade máxima e outros muito bons sons, obrigada.

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Lucas-2350É de dia que se pode compreender melhor o teor libertário, o poder criativo e as possibilidades infinitas daquele lugar mágico e suas interessantíssimas pessoas. Como num Woodstock moderno onde reina a tolerância, índios, novos hippies, a turma do psytrance, do Chill, as mulheres de dreadlocks e topless ou os homens de bermudão e óculos 70’s espelhados convivem, trocam, se misturam. É o lugar perfeito para os mais diversos desapegos, para sair completamente da rotina, esquecer trabalho, cidade, caos e deixar fluir outra energia, bem mais natural.

No dia da virada, me dividi entre o Palco Paralello – que surgiu na UP em 2006 e reúne um mix de estilos musicais –, o 303 (que garantiu um belo pôr do sol, ao fundo do DJ e na beira da praia) e o Chill Out, que me presenteou com uma das melhores surpresas da noite. Depois de muito rir com clowns fofas que trocaram um lero legal comigo e meu boy, começou naquela tenda um som cigano de batidas intensas, convidativas e provocativas. Dançar foi inevitável e, ali, se deu um verdadeiro ritual. A trilha sonora estava por conta de Rica (BR) e as pessoas se entregaram ao transe coletivo que foi dançar, brincar, rir e pular, juntos e na mesma sintonia. Nesse dia, todos os palcos param em um certo horário, o que força todo o público a se reunir em torno do Mainfloor, que é especialmente decorado. Parecia uma floresta multicolorida.

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Lucas-2408Deu pra perceber que adentrei 2014 de um jeito pra lá de especial, né? Ainda que no dia 1º eu tenha pulado de sombra em sombra tentando dormir (a barraca, de dia, é uma sauna) e tenha apagado às 20h perdendo a sessão que planejava assistir no cinema do Festival. Nos dias que se seguiram, pude curtir bastante o Mainfloor e seus projetos de psytrance, dos novos aos clássicos. Não fui muito ao UP Club, espaço reservado ao house, techno e vertentes. Por outro lado, curti até o show dos meus conterrâneos da banda roqueira Vivendo do ócio (“eu só queria tomar um vento na cara, me deu saudade da Bahia…”) num altíssimo astral no Palco Paralello.

Eu poderia aqui dar mil dicas práticas e de sobrevivência na UP (se você é marinheiro de primeira viagem, vai precisar!), mas isso se encontra facilmente na internet. De qualquer forma, aí embaixo tem um espaço sempre aberto a comentários e perguntas! E fica aqui um registro de pedaços de uma virada de ano… indefinível. Feliz 2014!

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Lucas-2207Lucas-2174Fotos por Marina Ribeiro

Se você está em alguma dessas imagens e gostaria de removê-la, entre em contato em marina@naosoogato.com.br

Marina Ribeiro

Marina Ribeiro é jornalista e atriz em formação. Ama o teatro e acredita na comunicação em suas mais diversas manifestações – a moda é uma das favoritas. Soteropolitana, morou em São Paulo durante 4 anos e agora respira ares cariocas. No Instagram, ela é @marinaribei.

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