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Coala ni mim! Veja como foi o 1º Coala Festival

por Fernanda Miranda, 21 de março de 2014
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Por Adolfo Martins e Fernanda Miranda

Foi no ultra paulistano Memorial da América Latina que o Gato presenciou a brasileiríssima primeira edição do Coala Festival, um festival de música que foi muito além da música.

Organizado por Guilherme Marconi e Gabriel Andrade, de 23 anos, a ideia inicial era organizar um festival que pudesse dar mais visibilidade à talentos da música brasileira. Com exceção do veterano Tom Zé e do cantor Criolo, talvez nem todos conhecessem as outras atrações que subiriam ao palco naquele dia: Charlie e os Marretas, 5 a Seco, O Terno e Trupe Chá de Boldo.

Além disso, os amigos também queriam propor algo novo, fazer do evento algo que eles tivessem tesão de ver se fossem os pagantes. Já de início, foi realizada uma simpática ação: qualquer um podia pagar meia-entrada (50 reais), desde que levasse um quilo de alimento ou um livro, que depois seriam destinados a uma ONG.

E assim, numa tarde sob forte sol no imenso pátio da praça cívica do Memorial da América Latina, abriram-se os portões para a festa começar. No pátio, a revelação: havia espaço para dois grafiteiros esbanjarem seu talento; food trucks que serviam hambúrgueres, comida japonesa e massas (os vegetarianos agradecem); muitas outras barracas com comidas e doces; uma editora independente; intervenções da Escola São Paulo  — e até a galera do Imagina na Copa estava ali. 

Estava afim de descansar? Era só sentar e relaxar! Havia no local uma grande área de descanso incrível. Cadeiras de praia, futons e esteiras se espalhavam por cima de um tapete de grama sintética, afinal, estamos falando de São Paulo, não é mesmo? :P

Como somos comunicólogos, também reparamos que a divulgação do Coala usou um mascote muito bacana, que de certa forma é bem óbvio, mas caiu como uma luva para a proposta. Segundo entrevista do Guilherme à Folha de S. Paulo,  “em uma versão resumida, o coala vive colado nas costas da mãe até crescer. Pensamos em fazer essa analogia com a música. Esses grupos de menor alcance vivem em locais escondidos, como pubs e inferninhos. A força de Criolo e Tom Zé é que vai dar espaço para eles”. E vale analisar, qual foi a última vez que alguém usou um mascote de forma eficaz? É só ver a aberração que ficou o Fuleco! E olha que bonitinho o teaser aqui embaixo!

http://www.youtube.com/watch?v=2nyS0-EqNRw

Nosso “dia de marsupial” começou por volta das 16 horas. Quando chegamos, o sempre ótimo Tom Zé já estava no palco, com o vigor de uma criança, cantando “Augusta, Angélica e Consolação”. O Tom estar arrasando não foi surpresa, porém o fato de alguns artistas estarem fazendo arte com seus sprays, aí sim foi – uma das telas expostas revelava uma ave multicolorida belíssima.

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O preço da cerveja estava bem salgado, por 8 reais. Mas a comida estava honestíssima. Comemos una bella pasta por 20 Dilmas em um dos food trucks. Encontramos alguns amigos bailando pela pista enquanto o som de bandas como O Terno e a Trupe Chá de Boldo tomavam conta do Memorial – e convenhamos que era o som de excelentes representantes da nova geração de músicos brasileiros.

Mas não teve jeito, o grande momento do festival foi quando começou o show do Criolo, que entrou no palco com um chapéu de palha típico oriental, parecendo um personagem de mangá, dando uma aula de como flutuar pelas mais diferentes tribos da cidade transmitindo sua mensagem. Emocionante.
coala13No final disso tudo, talvez o segredo de sucesso do Coala foi que, além da sorte de não pegar chuva na hora dos shows, foi a coerência com a sua proposta. O festival tinha um público alvo bem definido, do qual éramos target, e se saiu muito bem, com ótimas surpresas. De fato, foi um dia muito agradável que gostaríamos de repetir no ano que vem, afinal (e ainda bem), não é apenas em gigantescos festivais internacionais que a vida é bailada.

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coala5 coala6coala4coala7coala9coala11Fotos por Fernanda Miranda

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Fernanda Miranda

Recém-formada em jornalismo e editora do Não Só o Gato. Ama história em quadrinhos, os textos da jornalista Eliane Brum, as trilhas sonoras dos filmes do Woody Allen e azeitonas.

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