Após a nossa passagem pelo festival de folk em Cork, nossa saga irlandesa continuou!
Pegamos estradas rumo ao noroeste e devo admitir que dirigir em mão inglesa é bem bacana – se pode ultrapassar pela direita sem estar infringindo nenhuma lei rs.
Durante uma passagem rápida pela pequena cidade de Limerick percebemos que teríamos uma jornada com tempo bom e muita música irlandesa de raiz nos nossos ouvidos. Neste momento o idioma gaélico já competia com o inglês em rádios e conversas pelas ruas.
Colocamos no GPS amigo “Cliffs of Moher” e seguimos suas coordenadas. Após algum tempo de estrada o asfaltou passou a ficar mais estreito, em uma via emoldurada por castelos, vacas malhadas e ovelhas de lã branca e cara preta. O número de corvos era parecido com o de pombos na Praça da Sé. Vimos uma vegetação com cores amareladas, tudo parecia ter a tonalidade de uma foto dos anos 70, o sol era brilhante e gelado, casas de campo que pareciam cenográficas apareciam casa vez mais raramente e belas. Logo percebemos que o carro estava permanentemente a 30 graus. Na medida em que o carro subia, a temperatura caia e os aromas campestres ficavam mais evidentes e depois, no final da estrada, descemos do carro e o cheiro de campo ganhou uma pitada de maresia. Os cliffs estavam lá, a poucos metros.
Ao chegar ao local respirei fundo e fiz uma prece para agradecer pelo momento. Nunca a natureza tinha agradado tanto aos meus olhos. Os Cliffs of Moher possuem cerca de 200 metros de altura, uma muralha natural perante o Atlântico. Enquanto o vento cortava meu rosto e minha mão congelava, eu vivi uma vida de alguns minutos. A torre de O`Brien, “castelinho” de 1835, compunha o visual, mas existem lugares que a obra do homem torna-se irrelevante.
Fernanda Miranda | Não Só o Gato 
Fernanda Miranda | Não Só o Gato 
Fernanda Miranda | Não Só o Gato 
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Adolfo Caboclo | Não Só o Gato 
Fernanda Miranda | Não Só o Gato 
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