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Brincadeiras de rua na Avenida Paulista

De 1º de novembro a 6 de dezembro, foram cinco edições que promovemos.

por Heitor Botan, 10 de dezembro de 2015
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Desde criança ouvimos os adultos falarem com orgulho que a Avenida Paulista é o coração financeiro do país. E desde criança nossos pais nos colocaram para ouvir Caetano cantar sobre a força da grana que ergue e destrói coisas belas. Um conflito ideológico que, entre outros motivos, se tornou responsável por motivar a nossa geração a refletir sobre qual seria a ocupação ideal da emblemática avenida da cidade de São Paulo.

A nossa geração começou a acompanhar e participar das discussões sobre a abertura da via para as pessoas aos domingos e, assim, começou a deslumbrar uma cidade mais humana, que valoriza a ocupação do espaço público, o lazer e a prática de cidadania. E depois de testes, abaixo-assinados, audiências públicas e algum bafafá, finalmente foi determinada a abertura da Avenida Paulista aos domingos para o lazer de pedestres e ciclistas.

Com isso, o Coletivo Não Só o Gato decidiu ocupar a Paulista com brincadeiras de rua – aquelas dos tempos em que brincávamos com os amigos, debaixo de sol ou chuva, nas ruas de nossas casas ou das casas de nossas avós. Jogar queimada, pular corda, brincar de futebol de botão, dominó e amarelinha, apostar corrida de saco, pular elástico, desenhar com giz na rua, rebolar no bambolê – tudo isso na avenida mais famosa do país.

De 1º de novembro a 6 de dezembro, foram cinco edições das atividades promovidas na Avenida Paulista. Se você pegar um calendário, vai perceber que existiram seis domingos neste período e deve-se perguntar porque esse pessoal realizou as brincadeiras cinco vezes. Explicamos: em um dos domingos choveu muito, estávamos na Paulista protegidos pela marquise do Conjunto Nacional e tivemos que cancelar o evento, pois não havia chance das brincadeiras acontecerem debaixo daquele toró. Você deve se lembrar desse domingo como o fatídico dia em que José Serra criticou a avenida vazia.

E o que acontece no pedacinho da Avenida Paulista ocupado pelo Não Só o Gato? Nunca saberemos até chegarmos lá. Ao invés de montarmos uma programação com o que as crianças vão fazer em cada horário, deixamos os brinquedos soltos pela rua para que cada criança decida como, quando, com o que e com quem quer brincar. “Tio, vamos jogar uma partida de queimada?” Claro, mas você já viu quem mais quer jogar? “Tio, podemos apostar uma corrida de saco?” Claro, mas você já encontrou quem quer disputar com você? Em uma infância cada vez mais pautada pela agenda escola-ballet-natação-inglês-espanhol-francês, por que não?-teatro-bateria-guitarra-capoeira montada pelos pais, é legal deixar as crianças livres para criarem a brincadeira que quiserem. E sim, somos os tios mais solicitados pela Paulista inteira, do Paraíso à Consolação.

As pessoas costumam nos chamar muito também para perguntar se “a gente é da prefeitura”. E então a gente explica que não. Nós somos um coletivo de amigos que fez uma vaquinha pra comprar uns cacarecos na 25 de Março e que todo domingo chega por volta do meio-dia pra ocupar o espaço com brincadeiras de rua pelo prazer de oferecer uma experiência significativa e curiosa. Com isso, conseguimos inclusive disseminar a ideia de que não é preciso depender da prefeitura – ou de doação, ou de edital – para fazer algo significativo pela cidade. Daí, normalmente eles perguntam como podem nos ajudar. A nossa resposta costuma ser bem prática: “Você sabe bater corda?”.

Pular corda na Avenida Paulista é, antes de tudo, um ato simbólico. Talvez porque ali, pulando corda ao som de “Um homem bateu em minha porta”, “Suco gelado” ou “Salada Saladinha”, as diferenças que existem entre as pessoas se tornam irreconhecíveis. Qualquer pessoa pode chegar e pular corda. E qualquer pessoa chega: a criança, a adolescente, a adulta, a idosa. A que fala português, a que fala um idioma que nem conseguimos identificar, a que nem sabe falar ainda. A que mora nos Jardins e a que mora na rua. A gordinha e a #GeracaoPugliesi. A corda não discrimina cor, credo, gênero, orientação sexual, idade, CEP.

São imagens de uma cidade mais feliz que nos realizam. Algumas imagens você pode ver abaixo. São registros feitos pelo membro do Não Só o Gato Ismael Maia e dão um sentido do que você pode encontrar aos domingos frequentando a Paulista.

Retornaremos às brincadeiras no dia 3 de janeiro e contamos com a sua presença. Spoiler: você vai suar. Resignificar a cidade em que mora costuma cansar um pouco. Mas brincando e se divertindo é bem melhor.

Paulista Aberta - NSG

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Heitor Botan

Heitor Botan é jornalista por formação, relações-públicas por vocação e publicitário por opção. É interessado por música, filmes, livros, ciência, artes, design e explorar lugares novos. Não começa o dia sem um pão na chapa e um suco de laranja e não começa nenhuma conversa com pessoas que olham como loucas e falam ‘você TEM QUE...’.

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