Bolão, o berço do Clube da Esquina
Boêmia é aquela coisa: a gente até aguenta ficar algum tempo sem ela, mas “malandro não para, malandro dá um tempo”. Quando o peito se enche de paz e equilíbrio, é a hora de umedecer a goela, para “humildecer” o ego do humano que tenta se convencer de que é santo. Enfim, na cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, os “santos” mineiros tem uma queda enorme por Santa Tereza, o bairro.
Por lá, o principal “templo boêmio” se chama Bar do Bolão, local onde Milton Nascimento, Lô Borges e todo o Clube da Esquina frequentou (tem até uma placa fixada lá como homenagem do Museu Clube da Esquina). Um bar onde você pode esperar duas coisas: a primeira é a tradição, pois está aberto desde 1961. A segunda é espaguete, muito espaguete — estamos falando de um estabelecimento que se auto promove como o “rei do espaguete”, e tem o título de “melhor fim de noite de BH”, ou seja, é neguinho comento pratos e mais pratos até 6 da manhã.
Uma massa gostosa, com várias opções de molhos clássicos, como à bolonhesa e ao sugo. O atendimento está longe de ser primoroso, possivelmente todos os procedimentos da casa passaram por décadas sem mudar, mas quem se importa? O Bolão é o clássico dos clássicos.
Em sua parede, discos de ouro e platina do Skank e do Sepultura, doados por seus integrantes, frequentadores da casa. Aliás, o que não falta na casa são frequentadores. Durante minha curtíssima temporada mineira fui prestigiar o bar três vezes e, nas três ocasiões, encontrei um lugar lotado, cheio de pessoas bebendo muito, falando alto e, claro, comendo espaguete. E como se bebe em Belo Horizonte! Tanto que a cidade é a “capital nacional do boteco”, com mais bares per capita do que qualquer outra do mundo.
No bairro de Santa Tereza, além do Bolão, também me chamaram a atenção outros dois bares (de inúmeros). Um é o Obardô, um lugar que foge demais do padrão do região: com bons drinks, refinados petiscos e um DJ, o Obardô é uma bela alternativa para quem deseja uma noite de boêmia mais sofisticada. O outro é o Clube Mineiro da Cachaça, onde o garçom é o seu Jarbas, que pode passar horas dando uma aula sobre as mais de mil cachaças que tem no local. Este senhor, com certeza absoluta, renderia uma matéria exclusiva no NSG.
Para finalizar, eu gostaria de colocar aqui uma música, afinal de contas, falamos tanto da região de Santa Tereza, do Bolão, e de seus fiéis clientes como o Clube da Esquina, Sepultura e Skank, que pega até mal não ter neste texto nenhuma musiquinha, rs..
http://www.youtube.com/watch?v=S7WNlhSKt00
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