Arte urbana- Muros e caminhões de Belleville
É frustrante admitir como caímos no papo e na propaganda alheia e muitas vezes acabamos por idealizar um lugar de uma maneira totalmente errada. A verdade é que para mim, ou melhor, para a minha ingênua e fantasiosa imaginação, Paris era a cidade luz, a cidade romântica, o lugar onde poderia gozar deliciosos momentos ao lado de intelectuais boêmios ao cenário da cidade mais linda do mundo, assim como Gil do filme “Meia-Noite em Paris” ao lado de Fitzgerald, Cole Porter e Hemingway, rs.
Porém os meus dias de turismo por lá fizeram eu me encantar não pela Monalisa no Louvre, nem pela caminhada à beira do Rio Sena, tampouco pela imponente Notre Dame que nos sugerem gostar. Para mim Paris foi encantador pelo o que nunca tinha ouvido falar, pelo seu lado alternativo, pelos bairros onde mal se vêem turistas, pelo seu lado às vezes feio, porém autêntico. E um desses lugares, sem dúvida, foi os arredores de Belleville, bairro que mais tarde descobri ser onde Edith Piaf nasceu. Fomos até lá depois de pesquisar que é uma das regiões favoritas dos franceses para exporem sua arte na rua, assim como a região de Shoreditch é para os artistas de Londres.
Outra coisa que me chamou muita atenção foram os desenhos do artista Fred le Chevalier, com seu traço romântico e elegante. Como fui sem roteiro acabei não vendo algumas coisas que queria, porém tive a sorte de encontrar muitos dos desenhos de Chevalier por obra do acaso.
Mesnager é um que eu não conhecia, mas achei muito legal o conceito dos seus característicos homenzinhos dançando, brincando com os pássaros e descansando na beira de um rio em paredes numa agitada cidade como Paris.
Se por um lado me decepcionei com algumas das minhas expectativas, por outro Paris me presenteou com o que não esperava, como ruas recheadas de muros e artistas incríveis. A arte urbana é hoje um dos pilares que me faz entender uma cidade, e Paris nesse quesito anda muito bem representada não só pelos artistas citados, mas também por outros como JR (que tem um trabalho muito interessante na favela do Rio de Janeiro) e o C215.
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