“Decepcionismo” e impressionismo
Durante meus efêmeros “20 e poucos anos” tive algumas grandes decepções. Aprendi a tentar relevar as que foram geradas por pessoas, pois qualquer exemplar da raça humana, justamente por estar em constante mudança, tende a decepcionar, assim como tantas vezes já decepcionei. Se a decepção por pessoas a gente releva e reflete, lugares a gente “mete o pau”, então eu falo sem medo de me arrepender que eu quero que se exploda a “Vila não sei das quantas” que toca country e sertanejo que não são nem country e nem sertanejo. E o “pagode de não sei quem”, o espaço que toca pagode que não é pagode e samba que não é samba. Na minha lista também entra a fundação que tem sede na área mais nobre da cidade. Essa usa a Lei Rouanet pra “fomentar a cultura da sociedade” no lugar onde as pessoas que mais necessitam de cultura não frequentam, francamente! Também tem o museu e a galeria “shopping center”, aquele que tem que pagar um montão de dinheiro pra entrar, pode tirar foto dentro e a loja de suvenires bomba. Por sinal estive em um museu desse tipo a pouco tempo atrás. Em Paris. Chamado Louvre.
O Louvre, em Paris, é o museu mais frequentado do mundo enquanto a National Gallery, em Londres, por exemplo, é o quarto. Enquanto o museu britânico tem entrada franca, pessoas apreciando a arte e não tirando fotos na frente de quadros, o Louvre é o oposto em todos os aspectos. Durante minha visita ao museu parisiense eu simplesmente não consegui apreciar o acervo museológico mais impressionante do mundo pelo simples fato deste ser um museu com estrutura e frequentadores que não permitem isso. Como eu me decepcionei. O coração apertou. Juro.
Claro que fui conferir a indicação do Robert e no dia que fui a entrada em d’Orsay era gratuita, e, vejam só, ninguém tirava foto dos quadros! O impressionista parisiense Robert me indicou um lugar com um acervo incrível de seus antecessores. Monet, Cézanne, Manet, Degas, Pissarro e cia. Vi uma sala com obras de Van Gogh que me deram a maior emoção. No final das contas Paris não me decepcionou, pelo menos naquela tarde…
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