JAM no MAM de Salvador
Ir ao JAM no MAM deveria ser item obrigatório na lista de afazeres dos turistas que vão a Salvador. É uma pena que, muitas vezes por falta de informação, não seja bem assim. Ali se concentra um público cativo e dos mais legais dos programas culturais soteropolitanos, que, ao pôr do sol de sábado, aproveita para esquentar os motores do final de semana ao som de um bom jazz e com uma vista espetacular do mar da capital baiana.
Adentrar aquele espaço do Solar do Unhão, que abriga o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) e fica na Avenida Contorno, é sempre motivo de emoção pra mim. Primeiro porque me sinto em casa (e aquele é mesmo um local bem representativo de Salvador) e segundo porque ali já vivi muitas alegrias ao lado de queridas companhias. Ao descer a ladeira de pedra que liga a avenida aos casarões abaixo, já é possível observar o movimento e sentir a energia do lugar.
A vista para o mar é um caso à parte, um namoro com a Baía de Todos os Santos e a luminosidade de fim de tarde que deixa tudo mais bonito. E então entra em cena a música, estrela desse programinha. O jazz de qualidade máxima e sotaque baiano fica a cargo da Banda Base da Jam, mas o evento sempre recebe outros músicos, (baianos e de todo o mundo) que se jogam na produção de um som bacana.
O projeto é da Huol Criações, com direção artística do Ivan Huol, que também toca bateria na Banda Base junto com vários outros músicos – do sax ao piano, passando pelos instrumentos percussivos. Cadeirinhas que parecem de criança no tamanho abrigam uma turma que vai de adolescentes a senhores em torno da banda, mas também dá pra sentar com as pernas balançando na beira do mar, ficar em pé ao longe ou escolher um canto no chão de pedra para descansar o corpitcho.
Apreciando uma boa cervejinha naquele cenário que poderia ser de filme (acreditem, é um dos lugares mais bonitos da cidade e bem conservados na sua história, o que é importante e cada vez mais raro), bem acompanhado ou só (fazer amizade não é difícil e, afinal de contas, apreciar a música pede silêncio também) sempre me faz pensar na vida. De quebra, ainda se pode chegar mais cedo para curtir as exposições do museu. Ah, a vida pode mesmo ser bela!
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