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Las Magrelas

por Adolfo Caboclo, 6 de junho de 2013
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Antes de começarmos, vamos pedalar.

E no meio do caos encaramos pirambas. E é de uma vida movida, desacorrentada e impulsionada por correntes que vamos falar de um lugar que abriga um conceito e que apostou que se pode mudar um “meio”. Aquela ideia de transformação que só acontece quando algumas pessoas juntam suas melhores intenções e dão o seu melhor. E assim, com uma proposta de bem estar, bem clara, eu me encantei com o Las Magrelas.

Um lugar que fui conhecer durante a semana, que está localizado na Rua Mourato Coelho. Para chegar lá passei por algumas das esquinas com menos frescor da Vila Madalena e depois de algum tempo de caminhada finalmente vi uma garagem iluminada. Bicicletas preenchiam a calçada e eram cada vez mais numerosas ao penetrarem pela garagem que lá estava escancarada, cheia de ferramentas e de pessoas dispostas a darem “um trato” nelas. A casa, como o nome sugere, cuida de bicicletas. Ciclistas e mais ciclistas de uma São Paulo que pegou gosto pelo pedal passam por lá para arrumarem suas bikes.

photo (2)

“Apenas” a garagem, por si só, já é bem bacana, mas o Las Magrelas tem mais dois andares. Então subi as escadas, vi uma gente “brainstormando” em uma sacada e entrei em uma outra área. Logo fui atendido pela sócia e chef da casa, Joana Rocha, e também me deparei com uma gama enorme de cervejas peculiares. Nem sei se a cerveja escura com notas de café e chocolate que pedi harmonizava com o escondidinho de cogumelos ou a tapioca de queijo coalho que a própria Joana fez, mas quem se importa? Estava diante um raro e generoso cardápio que para os que fogem de carne, como eu, é divino. Assim como é divina a ideia de colocarem sempre uma exposição lá no salão – no caso o que estava exposto era o trabalho das fotógrafas Analy Dupré e Cecília Garcia, do Coletivo Essá, que registraram ocupações que ocorreram no centro de São Paulo, como a Ocupação II.

photo (1)

Outro projeto que divide o teto da casa é o da Peperômia, de outra sócia que não tive a
oportunidade de conhecer, a Letícia Momesso. Mas basicamente a ideia é a aproximaçãophoto (4) das plantas com a vida urbana. O verde em pequenos espaços – pequenos mesmo. São pequeninos jardins dentro de garrafinhas, vidrinhos e mais uma série de objetos transparentes terminados em “inho”. Lá também, degustando minha tapioca, conheci um cara bem legal, o Bruno, que me explicou que o Las Magrelas é, possivelmente, o único lugar da América Latina que aceita o bitcoin como pagamento. E foi aí que eu aprendi que o bitcoin é uma moeda digital que não depende de um emissor centralizado, como um servidor de um grande banco por exemplo, e está começando a ganhar força em lugares como a Alemanha. Vale muito a pena espiar o site aqui. Como o Las Magrelas é frequentado por uma infinidade de pessoas legais (e com boas ideias), conheci também uma moça, a Evelyn, que me explicou sobre o que acontece no terceiro andar da casa que estávamos, um outro projeto incrível chamado “o Gangorra”, que entre muitos movimentos promove também o Bike Anjo. (Mas isso a gente “pedala” em um novo post…)

Fato é que o Las Magrelas me inspirou para três coisas: Comprar uma bicicleta (eu comentei que lá eles também vendem bicicletas?), ter e botar em prática mais ideias legais e escutar Bicycle Race do Queen. Já escutei algumas dezenas de vezes enquanto escrevo essa experência. “Bicycle, bicycle…“!

 

Adolfo Caboclo

Artista e pugilista. @adolfinhocaboclo

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