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Laos – Luang Prabang

por fesigiliao, 6 de março de 2013
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Sempre que eu comentava sobre o meu roteiro de férias, os comentários a respeito se dividiam em dois grupos. O primeiro dizia ‘”Que máximo!” e o segundo, “Laos? Mas por quê?”.

O Laos sempre me encantou por ser um destino menos famoso, onde além das incríveis belezas naturais que o Google já tinha me revelado, eu teria contato com uma cultura local mais preservada, com menos interferência estrangeira. Me parecia um destino mais exótico e me inspirava descoberta. E ainda apesar da expectativa ser grande, nada me preparou para o que eu encontrei.

A “Terra de Milhões de Elefantes” é realmente um lugar mágico. Um dos poucos países socialistas do mundo, ele ainda mantém o charme da antiga Indochina, entre construções francesas da época colonial e construções tradicionais daquela parte da Ásia. Luang Prabang, o destino mais visitado, é patrimônio cultural da humanidade segundo a UNESCO e ainda conserva 32 dos 66 templos existentes antes da colonização francesa.

O meu roteiro começou pela capital, Vientiane, passou por Vang Vieng (que merece um texto único!) e terminou em Luang Prabang, em um total de 10 dias.
Foto.1Como eu esperava Luang Prabang é realmente um lugar muito especial. Para os que acreditam em energia, eu diria que tem uma energia especial. Para os que acreditam no que vêem, eu diria que você nunca viu nada igual. Por ser uma cidade pequena ela tem a vantagem de poder ser percorrida toda a pé ou de bicicleta. Os templos são espalhados por toda cidade e acho que todos merecem ser visitados, principalmente o Phousi Wat, que oferece uma vista do alto do Mount Phousi, onde é possível enxergar até os limites da cidade.

Ao lado dos templos geralmente estão os monastérios, onde é possível ver o dia a dia dos tímidos, porém bastante simpáticos, monges e noviços budistas. Tive a sorte de engatar papo com alguns e conhecer um pouco mais sobre eles. Alguns jovens monges demonstram curiosidade em saber mais sobre o ocidente, e inclusive aproveitam para praticar inglês, que eles aprendem por lá nos monastérios mesmo. Esses monastérios parecem vilas, e é onde eles vivem e estudam, e apesar de parecer bastante distante das influências da vida moderna, para minha surpresa, vi alguns jovens monges usando Iphone! Eles pareciam entretidos com algum joguinho. Parei para pensar que ter 12 anos, mais ou menos a idade do monge, em Luang Prabang ou em qualquer lugar do mundo, é a mesma coisa, apesar da diferença de cultura.

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Foto.3Durante o dia, além de explorar os templos, os principais passeios são as cachoeiras, que ficam há mais ou menos 30 minutos da cidade, indo de Tuk-tuk. As principais cachoeiras são a Kuang Si e Tad Sae. Essa primeira mais parece trabalho dos designers gráficos de ‘Life of Pi’. Tanto a estrutura, quanto a água em tom de azul-esverdeado, de tão bonita, quase não parece real. Impossível não se impressionar.

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Já as minhas noites por lá incluíam três programas: Um passeio pelo mercado local, jantar em um dos muitos restaurantes do centro e tomar algumas cervejas no animado Utopia, um bar muito legal que é o principal destino do pessoal mais jovem. O Utopia é provavelmente o único bar com música que fica cheio quase todos os dias, reunindo todos os mochileiros de Luang Prabang. O clima é ótimo, e inclusive no último dia que estive lá, passou ‘O Poderoso Chefão’ no chill out, mais afastado do bar. Me conquistou.
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O mercado noturno fica na rua principal, passei algumas horas entre outros turistas vendo o artesanato local e tentando controlar meu impulso de querer levar tudo pra casa.  Os artesãos vendem desde esculturas de madeira, até panos, bolsas e roupas com belíssimas estampas. Fica difícil escolher! Mas é preciso negociar, é natural os preços serem bem altos uma vez que os comerciantes já esperam que os turistas barganhem. Com um pouco de paciência é possível pagar menos da metade do valor proposto, e ainda assim fica bastante lucrativo para eles.

Para quem tem orçamento apertado o Laos é o destino perfeito, já que tudo é muito barato. Para se ter uma noção, assim que cheguei, saquei um pouco mais de 1 milhão de Kips, a moeda local, e isso foi equivalente a cerca de 150 dólares. Gastei meu um milhão de kips durante uma semana, considerando gastos com hospedagem, alimentação, transporte, passeios e compras! O Laos também é bastante tranquilo em relação a segurança. Diversos mochileiros viajam sozinhos e em momento algum me senti desconfortável ou ameaçada, tanto de dia quanto a noite.

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Além da cultura tão fascinante, que exige atenção para desvender os novos códigos culturais que não conhecemos, acho que o principal destaque de Luang Prabang, e também das outras cidades que conheci no Laos, são as pessoas. Elas marcam bem positivamente a identidade do lugar. O povo é tranquilo, simpático e disposto a ajudar mesmo com o pouco domínio de inglês. Fui embora já sonhando em voltar.

Fotos de Dennis Deuermeier e Pietro Vanni.

Fernanda Sigilião

Fernanda Sigilião é publicitária e atualmente mora em Londres. Fã de Beatles a Coltrane, além de música, também ama viajar. Se interessa por arte em geral, sociologia e filmes antigos, já viu ‘A Noviça Rebelde’ mais vezes do que é socialmente aceito.

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