The Doors Coffee Shop – “Light my fire”
Começo esse post com um videoclipe, para ilustrar e inspirar o meu relato sobre um dos lugares que conheci neste último final de semana, em Amsterdã.
Esse vídeo foi o primeiro hit do The Doors e para a época que foi lançado o primeiro álbum da banda, 1967, foi algo cheio de frescor, um belo começo para o quarteto que seria uma das maiores referências do rock psicodélico da história. Curioso que durante os sete anos de banda a estrela do vocalista Jim Morrison sempre foi relacionada com drogas e talento. Morrison foi um rock star clássico, com sex appeal, frases polêmicas e tendências anárquicas . Em 1969 ele não participou de um show do Doors por falta de condições (chapado), e esse show foi justamente na capital holandesa, local onde fica o The Doors Coffee Shop.
Fiquei em dúvida sobre escrever meu primeiro post sobre a Amsterdã justamente sobre um coffee shop, pois de forma alguma quero passar a impressão de que se trata de uma “cidade de doidos”, muito pelo contrário. Amsterdã é uma pulsação. Um lugar com gente bonita e trabalhadora onde é impossível, impossível, não se encantar. E com todo o bom senso de um lugar com muitas pessoas espertas (na minha modestíssima opinião), questões que existem em todas as grandes cidades, como drogas e prostituição, são tratadas de forma responsável. Sem incentivar o tráfico, gerando receita ao governo e segurança para população. Isso se vê com prostitutas que trabalham com carteira assinada e um lugar específico para se fumar uma maconha que não sustenta tráfico algum, apenas gera impostos que retornam para a sociedade. Os caretas que me perdoem, mas a maconha dos coffee shops de Amsterdã fazem sim parte da cultura local e ir pra Amsterdã e não fumar maconha é como ir pra Disney e não apertar a mão do Mickey Mouse.
Descobri o The Doors Coffee Shop em uma tarde fria, de temperatura quase que negativa, mas com muito sol. Enquanto rajadas de vento que perambulavam por um dos muitos canais da cidade cortavam o meu rosto, eu vi a portinha do café. Entrei e descobri algo diferente de seus concorrentes. Descobri um dono gentil, uma curadoria musical roqueira de primeira e vi pessoas conversando. Ideias sobre as mesas e não a decadente figura do maconheiro sem energia. Ao redor quadros e mais quadros do The Doors. Perguntei ao dono: “Por que The Doors?” A resposta foi simples e direta. “Porque é o The Doors”. Justo.
Nesse coffee shop também vendem a campeã da Cannabis Cup, – campeonato anual que rola na cidade para eleger a melhor maconha. Não sei se essa informação confere, apesar deles venderem e fazerem anúncio desse título. Não encontrei em nenhum site algo que confirmasse isso, enfim, a maconha que eles vendem, pra mim, já é campeã só pelo nome, “Jim Morrison”. No momento que vi isso entrou um velho foda na loja (existem homens que não podem ser chamados de senhor. Não dá pra chamar, por exemplo, o Clint Eastwood de senhor, ele é um velho. Um velho foda.) e com sua barba branca e óculos redondos de sol pediu “3 Morrisons”. Esse eu não tenho dúvidas que ficou esperando em vão o Jim cantar naquele show de 69….
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