Os Deuses Vermelhos do MASP
Curadoria fictícia de obras do acervo
E na Pauliceia, homens brancos cobriram de cinza mais de três centenas de rios e córregos, renegando qualquer raiz indígena ou matuta. No ponto mais alto dessa terra, idealizaram uma avenida de ícones capitalistas, onde uma centena de homens cristãos levantaram construções fálicas.
Então, o marabá Chateaubriand chamou Lina para idealizar um cavalo de concreto no meio da Tróia paulistana. Um cavalo em forma de museu, com signos de resistência em seu interior. Construção cujos pedestais de cores vermelhas seriam maquiados por militares até 1986. Obra que serviria como mirante, abençoada pelos atabaques dos negros oprimidos e injustiçados pela história do Bixiga e Liberdade.
Abaixo desta construção, transeuntes se protegeriam das águas mandadas por Tupã nas tardes de verão e poderiam ver um prisma de luz penetrando na mata dos pretos velhos do Trianon. Ririam de forma debochada do descoberto Bartolomeu Bueno da Silva, bandeirante em mármore, tão à mercê das nuvens e dos pombos.
O MASP, cavalo de Tróia paulistano, foi erguido e inaugurado sobre os olhos de uma rainha protestante e um general católico. Em novembro de 1968, Elizabeth e os militares não imaginavam ter celebrado a abertura de um grande pedestal para deuses da Ásia, África e tantos outros pontos marginalizados do globo. A exposição fictícia Os Deuses Vermelhos do MASP reúne obras de seu acervo que envolvem a narrativa de fé de minorias no ocidente: povos e indivíduos que tiveram seus signos estraçalhados por uma fé machista, moralista, autoritária, branca e amplamente promovida por toda a história da arte.
Idade média
- Par de Guardiões Chineses . Terracota policromo de tipo. Período Tang 618-907 d.C.
- Urna funerária. Cerâmica. 400-1000 d.C.
Renascença
Maneirismo
Romantismo
- O Inverno – Juno Implora a Eolo a Destruição da Frota de Éneas. Eugène Delacroix. 1863. Óleo sobre tela
Realismo
Pós impressionismo
- O Negro Cipião. Paul Cézanne. 1868. Óleo sobre tela
- O Banco de Pedra. Vincent Van Gogh. 1889. Óleo sobre tela
- Pobre Pescador. Paul Gauguin. 1896. Óleo sobre tela
Expressionismo
- Candombe. Pedro Figari. 1930. Óleo sobre cartão
- O Lavrado de Café, Cândido Portinari. 1934. Óleo sobre tela.
Cubismo
Surrealismo
Primitivismo
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