Paraty em Foco 2013 – O Festival
São poucos os lugares em que a vida nos leva por diversas vezes e guardamos apenas experiências positivas. Infelizmente, sempre terão os finais de semana nublados – não apenas literalmente – em praias que amamos frequentar. Porém existe um lugar, no litoral oeste fluminense, onde, incrivelmente, todas as vezes que o visitei os dias foram ensolarados, e que sempre possuiu comércios charmosos e pessoas interessantes para serem desbravadas. Esse lugar é Paraty, onde rolou no último final de semana um dos dez maiores festivais de fotografia do mundo, o Paraty em Foco.
Evento que aconteceu no centro histórico da cidade, e que já foi a sede do porto exportador de ouro mais importante do Brasil colonial. Portanto, é natural se sentir perambulando pelo século XVI ao pisar em ruas de pedra e cruzar portas de madeira rústica.
Foi justamente através dessa atmosfera colonial que o festival provocou as primeiras boas impressões aos meus olhos. Foi muito bacana, por exemplo, ver a centenária igreja da Nossa Senhora dos Remédios ao lado de painéis enormes, com projeções e fotografias tiradas no Brasil, Coréia do Norte, Alemanha, Espanha, México, Itália e Polônia. E não era apenas perto da igreja que tinham painéis luminosos com a obra de grandes fotógrafos ao redor do mundo, mas no meio de todo o centro histórico: Erguidos em esquinas, pendurados em paredes e adornando as margens do rio.
Outro espaço que chamava a atenção no festival foi a Tenda Multimídia. Lá, debates foram propostos e feitos. Presenciei um com aquela que talvez seja o maior fenômeno midiático nacional em 2013, a Mídia NINJA. Foi legal ver que o tempo todo o festival buscou sair da zona de conforto, o que não tende a acontecer com eventos que já passaram pelo momento de maturação.
Os workshops do evento também contaram com fotógrafos profissionais e amadores. Infelizmente, todas as aulas já estavam lotadas quando tentei me inscrever.
Engraçado que durante a noite de sábado, enquanto eu “badalava” pela muvuca noturna, vi um cartaz com a mensagem “+ amor, – curador”. Se tratava de uma atividade extra-oficial, realizado pelos caras do Erro99, o “Queimão Fotográfico”. Uma brincadeira simples: Um leilão de fotos, com o lance mínimo de R$ 5,00, onde as fotografias eram leiloadas sem a identificação do nome do fotógrafo e caso ninguém quisesse arrematar a obra, ela seria queimada em praça pública. O resultado foi hilário. Fotografias de autores desconhecidos foram vendidas por mais de R$ 100,00 enquanto a do renomado Cláudio Edinger, por exemplo, foi queimada. A simbologia dessa brincadeira foi incrível.
Não comentei que o Paraty em Foco também teve galerias com exposições, mas isso é uma história que será narrada na quinta-feira, pela Fernanda Miranda, afinal de contas ela entende muito mais desse assunto do que eu ;)
Fotos por Adolfo Martins via Iphone 4S
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