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Rainbow Serpent Festival 2013

por fesigiliao, 20 de março de 2013
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O Rainbow Serpent Festival, que aconteceu na cidade de Lexton, Austrália,  é uma daquelas experiências difíceis de explicar. Primeiro porque o conceito de ‘life style festival’ não é muito conhecido aqui no Brasil e segundo porque a experiência do evento é tão surreal que fazer uma descrição apenas com palavras é muito limitado. Tem que ir.

AtividadesEle é um mundo particular onde pessoas do mundo inteiro se reúnem para festejar e celebrar através da dança, da expressão e do conhecimento. E a primeira diferença entre ‘music festival’ e ‘life style festival’ está aí. No Rainbow, além de 24 horas de música por dia, também existem diversas outras atividades acontecendo simultaneamente. De workshop de design sustentável, meditação e yoga até palestra sobre como a cultura de festival pode inspirar mudanças sociais e transformação global. A lista de palestras interessantes era bem grande.

4.-2013-01-27_16h-38m-08sSão mais de 10 mil pessoas presentes, que durante quatro dias escapam de suas rotinas e responsabilidades para festejar sem se preocupar com o olhar do outro. As fantasias ou o próprio corpo se tornam instrumentos de auto-expressão. E o pessoal leva a sério! Fica bem claro que os preparativos levam semanas ou até meses. Como, por exemplo, o grupo que motorizou um sofá vintage de dois lugares e passeava sentado distribuindo cervejas, e um outro grupo que criou uma cabine fotográfica e tirava polaróides das pessoas na pista de dança, distribuindo as fotos como presente. O festival inteiro é um grande playground, que convida todos a voltar a infância.

Haviam 4 palcos principais de música, com djs locais e internacionais como Guy J, Sasha, Oliver Koletzki e Nathan Fake, que mais tarde descobri que eram entidades da música eletrônica. Entre esses palcos havia também o Playground, um dos meus preferidos, com shows de bandas ao vivo, do rock ao reggae. Destaque para a festa dos Anos 80, onde quase a platéia inteira estava vestida a rigor com polainas e calças legging brilhantes, copiando em sincronia a coreografia das dançarinas performáticas do palco.

3. 2013-01-27_(16h-09m-02s)

Independente do que se quisesse ouvir ou fazer, o festival oferecia uma sugestão. E por mais que no primeiro dia, a tendência fosse ficar perdido, fez parte da experiência ir descobrindo cada pedacinho daquele mundo particular.

A decoração de todo festival também era um espetáculo. O Rainbow incentiva novos artistas e monta o cenário do festival de forma colaborativa, recebendo propostas criativas ao longo do ano para montar as instalações do festival. As instalações envolvem iluminação, arte digital, escultura, recicláveis em geral e muitos outros tipos.

A organização do evento também é referência. Não haviam filas para comprar alimentos, nem para tomar banho, e o staff da tenda de informações era super organizado e disponível para atender a todos. O banheiro era de compostagem, que não utiliza água, não polui o subsolo e não precisa de rede de esgoto. A forma como o evento trata sustentabilidade é um destaque a parte. Sem ser ‘eco chato’, eles conseguem tornar interessante até a coleta de latas de alumínio.

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Acima de tudo, o que me surpreendeu não foi a estrutura, a música nem a pluralidade do festival, mas sim, o senso de comunidade que se tem assim que o primeiro pé toca a porta de entrada. O Rainbow Serpent é uma chance de se conectar com outras pessoas e celebrar a vida. Soa hippie, mas a pegada é bem essa mesmo!  Cada detalhe combinado ajuda a construir o senso de comunidade que não existe do lado de fora, mas que de forma mágica, surge do lado de dentro.

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Fernanda Sigilião

Fernanda Sigilião é publicitária e atualmente mora em Londres. Fã de Beatles a Coltrane, além de música, também ama viajar. Se interessa por arte em geral, sociologia e filmes antigos, já viu ‘A Noviça Rebelde’ mais vezes do que é socialmente aceito.

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