TattooWeek SP 2013
Essa semana fui no TattooWeek SP, que é o encontro anual de tatuadores e body piercings do Brasil – o maior da América Latina. A real é que tatuagem é um universo que há muito tempo eu queria abordar aqui no site. Um dos poucos universos, assim como a literatura, por exemplo, que consegue fomentar muitos campos do conhecimento (e algumas vezes da ignorância). Que pode ilustrar a religião; a expressão; a admiração; a cultura, pop ou não; que pode ser arte ou artesanato. Esse encontro foi uma oportunidade de tentar absorver um pouco das pessoas que regem esse universo.
Já no caminho do evento, no Expo Center Norte, comecei a analisar e tentar adivinhar as pessoas que estavam no mesmo ônibus e também iriam descer no local do encontro. “E esse tatuado aí, será que está indo para a feira? Essa moça com o piercing entre as sobrancelhas, com certeza vai”. No final da viagem concluí que ironicamente eu era um dos poucos sem tatuagem ou piercing no coletivo e o único que estava indo ao local. E se a falta de tinta na minha pele me instigou dentro do ônibus, imagina o que eu senti quando entrei no pavilhão.
É claro: estamos falando de uma forma de expressão que aborda várias coisas, de cara já percebi que a feira possuía uma infinidade de tipos de pessoas. Logo no primeiro estande bati o olho em um cara de moicano verde, que estava tatuando a sua 5ª caveira, pelo menos. Enquanto no estande ao lado se destacavam os traços tradicionais do oriente – como samurais e dragões que cobriam as costas de seus frequentadores – no corredor de trás me chamou a atenção um cara com um Wolverine e um Homem de Ferro tatuados em suas costas e acabava de terminar um Dr. Destino pra completar o “time”, além de um jovem com a marca da aliança rebelde do Star Wars no braço que carregava uma mochila em forma de mestre Yoda. Foi aí que entendi o óbvio. Cada artista tinha um estilo muito peculiar e, de certa forma, os tatuados mais satisfeitos eram os que sabiam encontrar o tatuador com maior afinidade artística ao seu estilo.
No segundo andar do evento foi bacana prestigiar a “maior biblioteca de tatuagem”, que não sei se era a maior do mundo ou da Vila Guilherme, mas foi assim que apresentaram através dos banners do evento. De fato era um acervo bem rico sobre o assunto.
Entre muitas atividades bacanas da feira, as que chamaram a atenção de muita gente foram o concurso da Miss Tattoo Week – inclusive os veículos de televisão, em algum momento, pareceram dar mais foco para esse concurso do que para o encontro em si – e também um local onde todos os participantes da feira poderiam fazer, gratuitamente, um exame de hepatite e HIV. Tudo isso somado com a venda de equipamentos para tatuadores, de roupas e obras de arte com sinergia com o evento e até mesmo brinquedos, como bonecos do Jason, do filme “Sexta-Feira 13”, por exemplo, fizeram os visitantes do TattooWeek ficarem bem satisfeitos. Eu, pelo menos, fiquei. Aliás, também fiquei com bastante vontade de fazer a minha primeira tatuagem, mas ainda não foi dessa vez. No TattooWeek 2014 vocês vão ver, vou escrever uma matéria falando que eu cheguei dizendo: “fecha as costas!”
Fotos por Adolfo Martins
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