Host NSG: Franz Beckenbauer em São Paulo
Não deu! A Copa foi pro saco. Escutei muitas e muitas vezes, através dos incansáveis “especialistas” de Facebook, que a Alemanha venceu porque tinha uma “equipe” e não um “Neymar, Messi ou Cristiano Ronaldo”. Concordo com a primeira parte dessa teoria, mas sou radicalmente contra a segunda: o craque sempre será o craque.
Também penso em uma banalização do termo “craque”. Como publicitário, cinéfilo e fã da obra de Joseph Campbell, entendo a necessidade da criação do herói — no caso, do craque —, e uma coisa que eu não consigo deixar de acreditar é que todo herói precisa passar por uma “grande provação” pra ser realmente um herói: no caso do craque, a sua provação é a Copa do Mundo.
Pelé e Maradona já passaram por tal odisseia e colheram os louros de serem craques do mais alto escalão. Assim como Zinedine Zidane, Paolo Rossi e, é claro, o Kaiser Franz Beckenbauer, craque da seleção da Alemanha Ocidental que ganhou a Copa de 1974 e técnico da mesma Alemanha que faturou a Copa de 1990.
E por respeito ao futebol alemão, que fez uma montanha de vaidades desmoronar nesta semana, esse meu Host NSG vai ser pro seu maior nome, Beckenbauer.
Café da manhã do Café Girondino
Um café que fica bem no centrão da cidade seria um bom início para o meu dia com Der Kaiser. O Girondino tem a decoração toda inspirada na cidade no início do século XX e pode ser uma boa opção para o meu convidado experimentar o gostinho do café brazuca junto com um sabor bem europeu, o strudel de maçã com sorvete da casa. Acho que, desta forma, começaríamos muito bem o dia.
Foto:Time Out
Barra Funda com centros de treinamento, parque e feira
Franz foi um craque, porém hoje é um sexagenário, por isso terei que concentrar meu roteiro em programas lights. Em um primeiro momento pensei em levar o germano no Museu do Futebol, mas mudei de ideia por achar muito óbvio, foi então que eu imaginei que um passeio pela Barra Funda seria uma boa.
Por lá o Franz pode dar uma espiadela nos centros de treinamento do São Paulo Futebol Clube e do Palmeiras. Além do mais, poderia ir para o Parque da Água Branca descansar um pouco — inclusive, aos sábados rola uma feira de alimentos orgânicos por lá, onde tenho certeza que um alemão pode encontrar aromas que jamais sentiu em seu país.
Almoço no Bravin
Beckenbauer é um camarada que não é “malandrão” como o Maradona, mas também está longe da “coxinhice” do Pelé. O problema é que o cara é alemão, a chance dele pedir uma cerveja enquanto come é enorme, e de vergonha já basta a goleada que sofremos essa semana: não poderia correr o risco de fazer ele descobrir que a nossa cerveja é quase um “xixi”. Por isso o levaria pra almoçar no Bravin.
Lá eu sei que ele comeria super bem, em um lugar de muito bom gosto, que teria carnes fortes que alemães costumam gostar e antes dele inventar de pedir um chope ofereceriam para o bom homem um vinho que harmonizasse perfeitamente com o seu prato. Problema resolvido.
Tarde de MAM e crianças jogando bola
Imagino que nessa hora o Beckenbauer já deverá estar “zureta” de sono (já o fiz acordar cedo, comer o dia inteiro e ainda beber um vinho), então pensaria em um programa pra finalizar tudo. Ocupar a tarde e o comecinho da noite pro Kaiser voltar pro seu hotel, dormir antes das 20h e sonhar que está em Munique.
Também acho que ele ficaria feliz de ir pra um lugar agradável, por isso pensei primeiramente em ir na Pinacoteca e depois sentar num banco do Parque da Luz com ele, pra escutar algumas histórias das Copas que passaram, dos seus jogos no Bayern e no Cosmos e ver algumas crianças jogando bola, mas não é comum vermos crianças jogando bola no Parque da Luz. Por isso minha decisão final foi levar Franz Beckenbauer para o MAM, já que pelo Ibirapuera a gorduchinha sempre rola. Acho que ele iria curtir, não?
Foto: site do Parque Ibirapuera
Por fim, apesar de ninguém mais aguentar ver gols e jogadas da Alemanha, sugiro verem o lance do vídeo abaixo, do meu “convidado” jogando na Copa de 70, pois esse merece ser prestigiado.
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