Breakz: a graça da festa de graça
O Rio de Janeiro é uma cidade que, só por uma abundante beleza natural, convida nativos e forasteiros a ocupar as ruas, seja praticando esportes, usufruindo de seu mar gelado ou passeando sem maiores objetivos. De qualquer forma, o legal mesmo é que existe aqui um esforço real e conjunto de pessoas comuns, artistas, grupos e coletivos, que buscam ocupar o espaço urbano com atividades que promovam a cultura (e a “praça”), num esquema 0800 – e assim é a Breakz.
Chegada ao Rio de Janeiro pelas mãos de Rebeca Dues + um help do povo da Wobble e da Brazilian Wax, a Breakz é uma festa itinerante de bass music que se reveza basicamente entre os quiosques de praia do Leme e o Aterro do Flamengo, com o objetivo de “promover intervenções sonoras e diversão gratuita”. Sempre organizada de maneira colaborativa, bomba as faixas de areia cariocas principalmente no verão – rola de a galera avisar com pouquinha antecedência sobre data e local várias vezes no mês e lá vamos nós, ávidos por música boa e gente bacana num ambiente legal.
Já estive em algumas edições da festa desde que cheguei ao Rio, mas fui à última, há dois domingos, com o olhar curioso do Gato aguçado! Cheguei por volta de 7 da noite (o som costuma começar às 17h e terminar às 22h) no quiosque já lotado no Leme, tanto na calçada quanto na areia. Três vibes diferentes dividiam as turmas: na calçada, pessoas em pé observavam o movimento, bebiam e conversavam. Lá no meio, na pista improvisada, o negócio estava QUENTE de calor e de gente se acabando de dançar (olhinhos fechados e pés descalços no pacote). No fundo do quiosque, na areia, rodas de amigos em um esquema mais tranquilo.
O clima bafo próximo da cabine do DJ – com direito a muita gente esbanjando passos de dança de meter inveja – me animou rapidinho. Fui atrás de uma bebida e não posso deixar de falar do Drinkolé! Experiência à parte, é um sacolé (que na Bahia chamamos de geladinho) alcoólico que vem nos sabores mojito, apple martini ou cosmopolitan. Inusitado, no mínimo! Mas bem feito, e faz efeito!
Munida do meu Drinkolé de apple martini, dei mais uma volta, dessa vez atenta ao público. Basicamente jovem, misturava ali gente muito descolada com o pessoal do pós-praia, que depois de torrar o dia inteiro no sol foi direto para a Breakz. Na areia, gente de chinelo e gente de tênis e meia. Aliás, pra quem – como eu – não resiste a um streetstyle, a Breakz é um dos lugares indispensáveis de se ir com o intuito único de notar o estilo alheio. O povo é bem effortless cool e inspirador nesse sentido.
E ali estávamos nós, habitués ou novatos, transeuntes, moradores do bairro, curtindo um som com vista para o mar e para Copacabana, absoluta, se esticando até onde alcançava a vista. E, porra, DE GRAÇA! De um jeito que favorece a população da cidade e os próprios organizadores, que aproveitam o público que se renova para divulgar outras festas fechadas e DJs da cena do Rio de Janeiro. A Wobble, por exemplo, conheci apenas depois de ter ido à Breakz pela primeira vez – ou seja, funciona!
Por ali fiquei, na companhia de amigos, meio dançando, meio trocando ideia e 100% consciente do quanto essas iniciativas têm de ser fomentadas e valorizadas em tudo que é cidade, porque tomar as ruas é político e tem a ver com pegar de volta o que é nosso! Inclusive para festejar. E aí, partiu?
Saca só o instavídeo que fiz!
Fotos de edições passadas por I HATE FLASH.
Fotos de instagram por Marina Ribeiro.
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