Um lugar de gente grande
Conhecemos a casa ao acaso. A ideia inicial era irmos curtir um som em um lugar famoso e pomposo, e aí que minha amiga da Tunísia, a Zohra – que significa “Rosa” na língua dela, mas que não é flor que se cheire – sugeriu o After Dark. E jazz, jazz é aquele negócio, aquele que é da pesada. Aquela parada atemporal que bomba na vitrola do meu avô e no Iphone do meninão, que toca no jantar do granfino e nos recantos sujos da farra e é de um desses recantos sujos que estamos falando!
Papeando com o garçom, amigo e confidente, descobri que a Amy realmente já cantou muito por lá no início de sua carreira, é muito querida por todos e tem uma dívida de gratidão com casa – uísque fiado, talvez rs.
Constatei tudo isso antes da casa lotar, de pessoas fazerem fila na porta sem conseguir entrar.
Lembro que alguns meses atrás eu, ingenuamente, me julgava “mini-malandro”, mas aí o mundo nos mostra que não sabemos nem responder as perguntas do barman sobre o preparo do drinque pedido, mas aí vemos o nipe dos caras no Jazz After Dark, suas rugas e barbas grisalhas peculiares, seus músicos que parecem ter acabado de chegar de um happy hour com o Keith Richards. Uns músicos que mandam uma “jazzera” e nunca serão “senhores”, tem a honra de serem chamados de “velhos”, uns velhos doidos, que seguraram a noite fortíssima até o final. Talvez a Amy seja a prova que o negócio de Jazz After Dark, realmente, é da pesada.
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