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Escondido e surpreendente

por Fernanda Miranda, 21 de março de 2013
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“O parque mais estranho que já fui, mas em compensação o mais lindo”. Foi por causa parque5desse comentário que li em um site que resolvi ir conhecer o parque Juan Carlos I, aqui em Madrid. Eu estava em dúvida se ia ou não por dois motivos. Primeiro porque ele é longe, muito longe, fica quase na saída da cidade e muito perto do aeroporto de Barajas. De metrô, partindo do centro, você leva uma hora para chegar, o que é um tempo razoável para uma paulistana como eu, porém uma distância muito longa para um madrilenho. E segundo porque todos os espanhóis que conheci disseram que os melhores parques da cidade é o Parque do Retiro e a Casa do Campo, inclusive, quando perguntei o que achavam do Juan Carlos I, muitos me disseram que nunca tinham ouvido falar desse lugar. Mas mesmo assim fui, intrigada com aquele comentário do leitor.

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O que posso dizer de lá? Que sim, é o parque mais estranho que já fui, não sei se o mais lindo, mas com certeza um dos mais lindos. O parque Juan Carlos I foi um projeto para recuperar uma área totalmente degradada de Madrid, e parece que deu certo. Hoje, pelo o que eu vi, essa região conhecida como Barajas é super bonita e organizada, para mim pareceu até uma “maquete” em tamanho real – com suas fontes, ruas impecavelmente limpas, jardins bem cuidados e uns pequenos edifícios comerciais bonitinhos pelos arredores. E claro, o parque. Um lugar imenso, plano, verde, que está no meio do quase-nada. Que quando você entra te parece um parque normal, mas depois de cinco minutos de caminhada você começa a ver umas esculturas enormes, um lugar que tem como união a arquitetura, o paisagismo e a escultura. Um lugar muito vazio, que merecia tantas (ou até mais) visitas que o Retiro, mas que fica ainda mais lindo assim. O parque é tão bem planejado que até os banquinhos ficam devidamente posicionados para apreciar “tal ou tal” paisagem. Muitas paisagens. Muitas pontes e um rio que tinha algumas pessoas praticando caiaque, o que é interessante, já que um dia foi mega poluído e hoje é o lugar ideal para respirar bem e profundamente.

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O parque causa estranheza justamente pelas pessoas não estarem esperando nada de um lugar tão longe, tão pouco falado e, de repente, serem presenteados por um mundo de arte, de jardins e descobertas. E que descobertas.

Vocês devem ter percebido que, dessa vez, as fotos da matéria foram todas feitas pelo Instagram. Acho que foi algo que o parque “pediu”. Assim como alguém “leu” essa antiga área suja como um parque cheio de arte, achei uma boa ideia ler isso de uma forma um pouco diferente dos padrões. Estamos falando de um lugar que não deve ser visto com olhos comuns.

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E acho que elas ficaram bem legais, não?

 

Fernanda Miranda

Recém-formada em jornalismo e editora do Não Só o Gato. Ama história em quadrinhos, os textos da jornalista Eliane Brum, as trilhas sonoras dos filmes do Woody Allen e azeitonas.

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