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Leitura de aura no Copan

por Gary Gananian, 4 de abril de 2014
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Estava eu almoçando com uma amiga querida na Vila Madalena, aquela coisa de sempre, vocês sabem. Conversa vai, conversa vem, cada um falando o que havia feito, estava fazendo e pretendia fazer. Eis que surge o assunto “Leitura de Aura”. Eu nem sabia direito do que se tratava, mas me interessou assim que foi proferido por minha amiga. Nem quis entrar muito em detalhes sobre o que acontecia, como era, nem nada disso — eu só queria saber como poderiam ler a minha aura também. Recebi os contatos da “Leitora de Auras” e já logo marquei minha “consulta”.

Poucos dias depois lá estava eu olhando o Copan desde a calçada. Só aquilo já era passeio suficiente pra mim, mas eu ainda estava só começando aquilo que seria uma das experiências mais memoráveis de minha vida.

Encontrei a maneira de chegar ao apartamento dela, subi o elevador levemente apertado, cheguei na porta do seu apartamento e toquei a campainha.

Eis que me abre a porta Isabel, de sorriso e energia inexplicáveis. Entramos para a sala e fiquei encantado com a janela enorme com vista para boa parte da cidade. Dali via o centro da cidade, aquela selva de concreto, monocromática, cheia de cinza naquela manhã fria e úmida. Cantarolava em minha cabeça “alguma coisa acontece no meu coração…”.

Tomamos o chá que ela havia preparado, conversamos um pouco e fomos direto ao assunto. Me sentei numa cadeira de frente pra ela, relaxei o corpo com os braços esticados em direção ao piso e fechei os olhos. Ela pediu que eu chamasse meu nome completo três vezes para que minha alma pudesse ser acessada por ela. De olhos fechados e as palmas das mãos viradas para cima, Isabel mexia os olhos, com movimentos rápidos, como se estivesse sonhando. Buscava as imagens que minha alma carrega mas não conseguimos acessar com os sentidos.

Em pouco tempo ela me disse que via a rosa dourada e aí estava estabelecida a conexão. Ela fez a leitura de minha aura lendo cada chacra individualmente. Desde o primeiro até o coronário ela me trazia passagens de vidas passadas, mensagens referentes aos campos que cada chacra determina em nossas vidas e maior autoconhecimento. E assim ela continuou, por aproximadamente 40 minutos, falando o que minha alma busca dizer, mas minha mente, emoção e condicionamento não permitiam ouvir.

Depois de algum tempo da leitura de aura, observei como me sentia e me dei conta que meu corpo vibrava numa frequência acima de qualquer outro momento que já havia vivido. Era como se eu estivesse latejando por completo e ao mesmo tempo com uma sensação de leveza como se fosse flutuar e deixar apenas as pontas dos pés apoiados no chão. Nem quando o marido dela passou pela sala aquelas sensações foram interrompidas. Sim, ela ficou sem graça, mas logo retomou a leitura.

Ao final, pousei minhas mãos no chão de madeira para descarregar o tanto de energia acumulada depois de uma sessão daquelas.

Saí de lá com um sentimento de plenitude que vem quando alcançamos o contato com nossa essência infinita, absoluta e eterna. Nesse modo não há apreensão, inseguranças, medos e me dei conta de que existem camadas que encobrem o eu e impedem-nos de viver nossa realidade mais essencial e absoluta — o êxtase do nosso ser.
Screen Shot 2014-04-04 at 12.52.04 AMFoto por Gary Gananian

Gary Gananian

Gary Gananian é cineasta, fotógrafo e americano.

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