Look Mum No Hands – café e bike em Londres
Imagine um lugar onde você pode tomar um delicioso café enquanto espera sua bike ser consertada, ou quem sabe uma cerveja artesanal, ou saborear um almoço recém saído do forno, preparado com ingredientes frescos e orgânicos. Um lugar que se divide entre um aconchegante bistrô e uma loja de bicicletas. Tudo no mesmo espaço.
Essa é a proposta do Look Mum No Hands, um “bike bistrô” em Old Street, bem pertinho de Shoreditch, área hype da cidade. Ele não é o único “bike bistrô” de Londres, mas parece ser o mais interessante e curioso. O café é uma das bebidas mais apreciadas por aqui e o ciclismo tem se tornado um esporte também cada vez mais popular, principalmente após o triunfo do britânico Bradley Wiggins, no Tour de France em julho de 2012.
Em um papo com Sam Humpheson, um dos sócios-fundadores do Look Mum No Hands, pude entender logo de início o que torna o LMNH um lugar diferente e especial. Ele reflete a paixão dos seus donos. Ambos amam café e ciclismo e antes de serem sócios do lugar, são consumidores das duas coisas. Por isso entendem tanto e transpõem com naturalidade e criatividade sua personalidade para a marca.
Sam Humpheson, um dos sócios-fundadores
Do lado de dentro, o balcão do bistrô, apinhado de doces, divide espaço lado-a-lado com a entrada da loja de consertos de bike. Além das mesinhas de madeira, uma mini loja com produtos da marca e um grande balcão, com vista ampla para a rua – e para algumas bikes estacionadas por ali -. Além da função mesa, o balcão se transforma também em uma grande mesa de trabalho, onde as pessoas se ocupam entre computadores, cadernos e seus cafés.
O lugar tem apenas 3 anos e meio, e partiu da ideia de criar um espaço que exibisse o ciclismo em uma grande tela. Coisa difícil de se ver em Londres, uma vez que os bares são dominados por Futebol e Rugby.
A minha primeira impressão era que Londres era uma cidade grande demais, onde o ciclismo não seria uma atividade tão comum. Mas Sam me explicou que o centro de Londres não é tão grande quanto parece e que entre algumas estações de metrô leva-se às vezes de 10 e 15 minutos de caminhada. O metrô realmente confunde um pouco o senso de escala da cidade.
Assim como muitas outras marcas e estabelecimentos, o LMNH entende que seu negócio é café e bicicleta, mas que esses dois temas podem se desdobrar de diversas maneiras. Além de café, eles também oferecem workshops sobre manutenção de bicicletas, criaram o Women’s Race Team, que é uma competição entre 15 mulheres, não profissionais, unidas pela paixão por ciclismo, promovem uma exposição de arte impressa relacionada ao ciclismo em todo mês de setembro, e exibem regularmente filmes e campeonatos, como o famoso Tour de France.
Sam contou que um dos momentos mais incríveis para ele, foi o Tour de France de 2012, quando o Look Mum No Hands virou uma grande festa, tomando conta das ruas. A emoção era grande e cresceu ainda mais nos momentos finais quando Bradley Wiggins se tornou campeão, o primeiro britânico a ganhar o Tour de France. “Há dez anos você nunca imaginaria que estaria em um café cheio de pessoas gritando, assistindo isso acontecer, seria uma completa fantasia.”, diz Sam.
A fama do LMNH vai tão longe, que inclusive o próprio Andy Burns, um dos ciclistas mais famosos de todos os tempos, de vez em em quando dá as caras por lá. Até autografou o grande quadro com sua foto, no lounge do café.
No final, Sam apontou, o que para eles são três grandes tendências em Londres e no Reino Unido em geral: Café de qualidade, bicicletas como meio de transporte e cervejas artesanais de alto nível. Com mais uma filial aberta em Hackney, área que está se tornando o pico alternativo de Londres, e uma pop up store que durou 3 meses em Southbank, Sam não pretende dominar o mundo tornando LMNH em uma super franquia. Ele deseja desenvolver as três competências em café, ciclismo e cervejas artesanais. Mas não pude deixar de terminar a entrevista dizendo “Talvez uma filial só? Lá no Rio de Janeiro.”. Ele ficou de pensar. Quem sabe?
Fotos por: Divulgação e Fernanda Sigilião
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