Os encantos da feirinha de Itaipava
Nós, cariocas, temos uma relação de amor e ódio com a temperatura. Adoramos o calor que dá praia, mas não vivemos sem reclamar que tá muito quente, até porque, convenhamos, aqui faz um calor realmente indescritível. Ao mesmo tempo, quando o calor finalmente cede e vem o frescorzinho, primeiro ficamos aliviados mas já já estamos dizendo que também não precisava de tanto, mas que friaca, etc. Nunca nos decidimos. Mas a verdade é: como estamos sempre convivendo com um calor enorme, um friozinho é sempre motivo de alívio. Ao primeiro sinal de temperaturas mais amenas, corremos para pegar os casacos, tomar um chocolate quente ou um vinhozinho acompanhado de queijos e fazer fondue. Carioca adora isso.
Eu resolvi aproveitar o combo feriado + temperaturas mais baixas e subi a serra, afinal de contas, é uma combinação certeira. Passei o dia em Itaipava, na região serrana do Rio, almocei por lá, bati perna e voltei no fim do dia a tempo de ver o sol baixando na descida da serra, que é uma das vistas mais lindas que se pode imaginar.
No Rio e redondezas é difícil achar alguém que não tenha ido ou ao menos ouvido falar da Feirinha de Itaipava. Eu admito, cresci ouvindo falar nela e nunca tinha ido, apesar de visitar Itaipava com alguma freqüência. Como a feira fica bem na beira da estrada, sempre passo por ela tanto na ida quanto na volta, mas nunca tinha parado. Dessa vez, parei.
E é uma experiência bem interessante. Começou na década de 80 e, bem humilde, a feirinha cresceu e se organizou e profissionalizou nos últimos anos. Antes eram barraquinhas reunidas, hoje são boxes em uma área coberta, ordenados por ruas (viela seria um termo mais apropriado) indicadas com plaquinhas, o que ajuda a não se perder quando você decide voltar e comprar aquele produtinho que você ficou de olho. Os produtos vão de roupas a jóias, passando por artigos para bebês, ginástica e, claro, comida. Pastel, salgadinho, biscoitos, bolo, milho verde, churros… Tentação não falta. Ainda tem um restaurante para quem quiser fazer uma refeição completa e continuar nas comprinhas. É tudo bem simples, pequeno, espaços por vezes apertadinhos, mas é aquela simplicidade aconchegante, sabe? E serve tanto pra quem vai comprar um lembrancinha quanto pra quem vai comprar em quantidade para revender.
Para mim foi uma daquelas experiências que podemos riscar da “lista de coisas a fazer antes de morrer”. Um acontecimento. Posso finalmente falar “quando fui à Feirinha de Itaipava…” e parar de ouvir “como assim, nunca foi?”. Até me rendi: comprei umas meias/sapatilhas antiderrapantes e agora posso fazer pilates e yoga sem o medo constante de dar com a cara no chão.
Mas a feirinha não é tudo. Itaipava é um lugar que vale a pena visitar. Ainda tem um quê de cidade pequena apesar de estar crescendo bastante. Tem opções de hotéis e pousadas para todos os gostos e bolsos, excelentes restaurantes, uma estrutura de comércio que vem se desenvolvendo rapidamente e aquela vibe de serra que é uma delícia e, pra mim é a graça do ambiente. É um dos lugares que mais gosto de visitar exatamente por isso. Nada muito bombante, mas com opções e atrações. Um lugar para relaxar.
Como é um distrito de Petrópolis, município histórico conhecido como a Cidade Imperial, de Itaipava até lá é um pulo e também vale muito a pena a visita. Tem o Museu Imperial, a Casa de Santos Dumont, o Palácio de Cristal e o Quitandinha, isso só para começo de conversa. Mas isso é assunto pra outro texto!
Então vamos aproveitar o friozinho que vem chegando e vamos subir a serra!
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