New Orleans é no Ibira!
É o seguinte, antes de qualquer coisa, aumenta o som e aperta aqui, malandro!
Como já deu pra perceber, vou comentar sobre mais um ano de Boubon Street Fest, o festival em que a casa de shows Bourbon Street parece tentar se redimir com a sociedade por cobrar preços abusivos em suas entradas, quitutes e bebidas durante todo o ano – nem as libras cobradas no Ronnie Scott’s Jazz Club, em Londres, conseguem superar. Porém devo admitir que eles realmente se esforçam para tal redenção. O festival traz artistas da pesada, diretamente de New Orleans (com um sotaque doidíssimo) e proporcionam anualmente uma das experiências mais agradáveis que a cidade pode nos presentear.
Conheci o evento em 2007, ano em que acabara de voltar a morar em Sampa. Na época eu era residente do bairro de Moema, e a minha amiga Lelê me ligou e disse: “Vamos em um festival de jazz perto da sua casa?” O festival rolava na Rua dos Chanés, na frente da própria casa de shows. Na ocasião fiquei maravilhado com cada detalhe: As bandas, a organização, a segurança, entrada livre, era como se fosse um bloco de carnaval repleto de pessoas estilosas e com uma curadoria musical gringa de primeira. Porém, ano após ano o festival foi atraindo mais e mais pessoas e, agora, em 2013, é realizado em um lugar mais espaçoso, no Parque do Ibirapuera.
Se por um lado era um charme escutar bandas incríveis em uma ruazinha da cidade, por outro é espetacular escutar jazz no parque, fica com toda aquela “aura” de festival. Presenciei uma área aberta e arborizada repleta de pessoas barbudas, de chapéu e braços tatuados, algumas vezes tropeçamos em toalhas no chão com garrafas de vinho e até comidinhas sobre elas, um cavalheiro com um charuto em uma mão e um cachorro na outra me chamou a atenção, apenas por alguns instantes, porque na maior parte do tempo o barato era fechar os olhos e pirar, até porque o show deste domingo estava fantástico. Começou no final da tarde, com Leroy Jones e Topsy Chapman, depois com a maravilhosa Wanda Rouzan (se liga no vídeo abaixo!) e encerrou com o “novo queridinho”, o Trombone Shorty e o Orleans Avenue.
E o mais legal é que no final de semana que vem, dia 24, tem mais: O encerramento do festival será com The Bourbon Street Jazz Quartet, Honey Island Swamp Band e The Soul Rebels, no próprio Ibirapuera (além da semana estar recheada de shows de bandas de New Orleans no próprio Bourbon Street, mas pagos. O de hoje, por exemplo, está R$95,00).
Vale enaltecer também que apesar de outros festivais abertos serem maravilhosos, como o festival de jazz de Rio das Ostras e o próprio Bourbon Fest que rola em Parati, na minha modesta opinião é um tipo de som que combina muito mais com o cinza dos prédios e com o breu da boêmia, do que com a maresia. Tem que ter festivais em cidades menores e cheias de qualidade de vida sim, mas a selva de pedra sem festivais de jazz, fica carente, quase que chora, rs. Assim como eu, quando penso emocionado no show de sábado que vem. Vai ser incrível!
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